Por Helder Telles Stapait
Essa postagem fala sobre: #mudançasclimáticas #incêndios #meioambiente #política
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Foto: Helder Telles Stapait
O Brasil, assim como muitos outros países, está enfrentando uma crise ambiental de proporções cada vez mais alarmantes, impactada por mudanças climáticas severas, incêndios florestais devastadores e a crescente escassez de recursos hídricos. O panorama atual revela uma deficiência significativa nas ações do governo federal para lidar com esses desafios, enquanto governos estaduais, como o de São Paulo, têm tentado implementar políticas mais eficazes para minimizar os impactos ambientais.
A situação no Pantanal exemplifica a gravidade do cenário nacional. Em 2024, a região enfrenta uma das piores secas de sua história, com a superfície de água 61% menor que a média histórica. As queimadas, que já devastaram 721 mil hectares apenas nos primeiros meses do ano, tendem a se agravar com o avanço da estação seca. A expectativa é que mais de 3 milhões de hectares sejam queimados até o final de 2024, um aumento de 150% em comparação com 2020 (Nações Unidas - United Natios News).
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Brigadistas do Prevfogo/Ibama e ICMBio combatem incêndios florestais na Terra Indígena Tenharim/Marmelos, no Amazonas. Foto: Mayangdi Inzaulgarat/Ibama (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima)
Esses incêndios, intensificados pelas mudanças climáticas, são alimentados pela alta temperatura e baixa umidade. Além disso, a degradação de áreas vizinhas, como o Cerrado e partes da Amazônia, agrava ainda mais a situação. O Pantanal, considerado um dos principais berços de biodiversidade do mundo, corre o risco de perder grandes extensões de ecossistemas, o que representa um impacto ambiental e ecológico irreversível (Nações Unidas - United Nations News).
No entanto, enquanto o governo federal demonstra uma resposta insuficiente, o estado de São Paulo tem se destacado por suas iniciativas para combater a crise ambiental. Medidas como a ampliação do uso de tecnologias de monitoramento via satélite e drones para vigilância de incêndios, bem como o incentivo à restauração de áreas degradadas, são exemplos de boas práticas que deveriam ser replicadas nacionalmente (Portal DW - Made for Minds).
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Foto: Helder Telles Stapait
Outro ponto crítico é a escassez de recursos hídricos, que se agravou significativamente em 2024. A distribuição irregular das chuvas, causada por fenômenos como El Niño, resultou em uma seca severa nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, afetando bacias hidrográficas que são essenciais para o abastecimento das principais cidades brasileiras. O estado de São Paulo, por exemplo, já iniciou campanhas de uso consciente da água e programas de incentivo à captação e reutilização, buscando reduzir a dependência de fontes tradicionais e evitar o racionamento (Nações Unidas - United Nations News).
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Foto: Pedro Félis
Já os incêndios florestais, fenômeno que está em rápida ascensão, são agravados pelas mudanças climáticas e pela má gestão das áreas verdes. Estima-se que até 2100 o número de incêndios florestais no Brasil e no mundo pode aumentar em 50%, caso medidas de controle e manejo florestal não sejam implementadas de forma mais eficiente (Nações Unidas - United Nations News Brazil). A resposta dos governos ainda é inadequada, com investimentos mal direcionados e pouca participação de comunidades locais na prevenção e controle dos incêndios, o que amplia o impacto social e ambiental desses desastres.
Apesar dos esforços recentes anunciados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), como a criação de metas ambientais para reduzir em 20% o desmatamento nos principais biomas brasileiros até 2027 e a ampliação da infraestrutura em comunidades indígenas e quilombolas, a resposta do governo federal ainda é insuficiente diante da magnitude dos problemas ambientais enfrentados pelo Brasil (Agência Brasil).
O Brasil continua liderando o ranking mundial de queimadas, registrando mais de 206.550 focos de incêndio em 2024, especialmente na Amazônia e no Cerrado. Isso representa mais de 50% dos focos de incêndio em toda a América do Sul, tornando o ar insalubre e causando sérios danos ao equilíbrio ambiental e à saúde pública (Correio Braziliense). As políticas de combate às queimadas e de preservação florestal são ineficazes e pouco abrangentes, muitas vezes esbarrando na falta de fiscalização e na ausência de investimentos robustos para combater esses desastres.
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Foto: Helder Telles Stapait
Além disso, mesmo com a meta de preservação, o avanço do desmatamento e os cortes no orçamento do MMA comprometem seriamente a execução dessas ações. Em 2024, o Ministério sofreu com a redução de verbas essenciais, o que resultou em falhas de monitoramento e na falta de medidas preventivas adequadas para evitar incêndios e a degradação de áreas críticas. A falta de coordenação entre o governo federal e estados mais afetados, como Amazonas e Mato Grosso, amplia a fragilidade na gestão ambiental e o controle dos focos de incêndio.
Por outro lado, o Estado de São Paulo tem se destacado por implementar políticas ambientais mais rígidas e integradas. O governo paulista utiliza tecnologias avançadas, como monitoramento via satélite e inteligência artificial, para detecção de focos de incêndio e degradação florestal, além de investir na recuperação de áreas degradadas e em campanhas de educação ambiental. Em comparação, as ações federais mostram-se desarticuladas e muitas vezes tardias, com o Ministério do Meio Ambiente respondendo apenas de forma reativa aos desastres já instaurados (Correio Braziliense).
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Foto: Lucas Previatto
Dessa forma, enquanto o governo de São Paulo avança em medidas preventivas e sustentáveis, o governo federal carece de uma abordagem mais proativa e eficiente, demonstrando uma incapacidade de liderar a agenda ambiental de forma ampla. Essa defasagem coloca em risco não apenas a biodiversidade, mas também a qualidade de vida das populações mais vulneráveis e a própria imagem do Brasil no cenário internacional.
Portanto, é urgente que o Brasil como um todo adote uma postura mais proativa e integrada para enfrentar esses desafios, com políticas públicas mais robustas e um investimento significativo em infraestrutura, monitoramento e educação ambiental. A crise ambiental exige ação coordenada em todos os níveis, com o objetivo de proteger os ecossistemas, assegurar a disponibilidade de recursos hídricos e mitigar os impactos das mudanças climáticas sobre as populações mais vulneráveis, pois já estamos sem tempo para ficarmos apenas no planejamento.
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