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Conheça a Caravela-portuguesa

Foto do escritor: Helder T. StapaitHelder T. Stapait

Caravela-portuguesa, Physalia physalis - Foto por Helder Telles Stapait
Caravela-portuguesa, Physalia physalis - Foto por Helder Telles Stapait

Essa postagem fala sobre: #caravela #aguaviva #animais #saúde #proteçãoanimal #cuidados #educaçãoambiental #mar #praia #acidentes


Não... Não é uma Água-viva.



A caravela-portuguesa, Physalia physalis é um organismo marinho fascinante, embora muitas vezes confundido com uma água-viva. Trata-se, na verdade, de um sifonóforo, um ser colonial formado por quatro tipos de pólipos interdependentes que realizam funções específicas, como flutuação, alimentação, reprodução e defesa.


Ela é facilmente reconhecida por sua "vela" flutuante em tons azulados, que pode atingir até 30 cm de comprimento. Essa estrutura permite que seja impulsionada pelo vento e correntes marítimas. Suas tentáculos, que podem se estender por até 50 metros, possuem células urticantes (cnidócitos) usadas para capturar presas e se defender. O contato com esses tentáculos pode causar dor intensa, irritações na pele e, em casos raros, complicações mais graves para os humanos.


Habita águas quentes de oceanos tropicais e subtropicais, sendo comumente avistada em regiões como o Atlântico e Pacífico. Apesar de sua beleza, é importante manter distância, pois seu veneno é potente e pode ser perigoso.


As pessoas comumente as confundem com uma Água-viva, mas as caravelas não são porque não é um organismo único, mas sim uma colônia de pólipos altamente especializados e interdependentes. Isso a diferencia das águas-vivas, que são organismos individuais pertencentes à classe Scyphozoa do filo Cnidaria, classe Hydrozoa, e cada pólipo que a compõe desempenha uma função específica, como:


  • Pneumatóforo: uma estrutura cheia de gás que serve como "vela", permitindo a flutuação.

  • Dactilozoides: tentáculos que capturam presas e possuem células urticantes.

  • Gastrozoides: responsáveis pela digestão do alimento capturado.

  • Gonozoides: encarregados da reprodução.


Esses pólipos não podem viver de forma independente, o que torna a caravela um organismo colonial. Em contraste, as águas-vivas têm um corpo único, chamado de medusa, com todas as funções integradas em um único organismo. Essa diferença estrutural e funcional é a principal razão pela qual a caravela não é classificada como uma água-viva.


Pergunta importante... As caravelas oferecem risco para nós ?


Aqui eu digo com muito, mas muito cuidado que sim! oferecem riscos significativos, especialmente devido aos seus tentáculos longos e altamente urticantes. Esses tentáculos possuem cnidócitos, células especializadas que liberam veneno ao entrar em contato com a pele, usado para capturar presas e se defender.


Principais riscos para humanos:


  1. Contato com os tentáculos: Pode causar dor intensa, sensação de queimadura, irritação severa na pele, inchaço, vermelhidão e, em casos mais graves, bolhas.

  2. Reações alérgicas: Algumas pessoas podem ter reações sistêmicas ao veneno, como dificuldade para respirar, queda de pressão arterial, vômitos ou choque anafilático.

  3. Complicações graves: Em casos raros, especialmente quando há múltiplos contatos ou em pessoas mais sensíveis, o veneno pode causar arritmias cardíacas, problemas respiratórios ou até levar à morte.


Como agir em caso de contato:


  1. Evitar tocar diretamente: Mesmo tentáculos soltos na água ou na praia continuam ativos e podem causar queimaduras.

  2. Remover os tentáculos: Usar um objeto rígido (como um cartão) para retirar cuidadosamente os fragmentos da pele. Nunca use as mãos desprotegidas.

  3. Enxaguar com água do mar: Evite usar água doce, pois pode ativar ainda mais as células urticantes.

  4. Aliviar a dor: Aplicar compressas quentes pode ajudar a neutralizar o veneno, mas procure assistência médica se os sintomas forem graves.


Como prevenção a acidentes, ao avistar estes animais, devemos manter a distância e alertar as pessoas sobre a presença deles no local.


E qual a importância destes seres para o meio ambiente ?


As caravelas-portuguesas, Physalia physalis desempenham um papel essencial no equilíbrio dos ecossistemas marinhos e são parte fundamental da biodiversidade oceânica. Embora possam representar riscos para os seres humanos, elas têm funções ecológicas indispensáveis. As caravelas são predadoras de pequenos peixes e plânctons, controlando suas populações e contribuindo para o equilíbrio natural. Além disso, elas são uma importante fonte de alimento para outras espécies marinhas, como tartarugas-marinhas, caracóis do mar, Janthina e o dragão-azul, Glaucus atlanticus, que desenvolveram adaptações para consumir seus tentáculos venenosos.


A presença das caravelas também é um indicador de saúde dos oceanos, ajudando a revelar mudanças nas condições marítimas, como variações nas correntes, temperatura da água e os impactos das atividades humanas. Proteger essa espécie contribui para a conservação da biodiversidade marinha, uma vez que cada organismo desempenha um papel único no equilíbrio dos ecossistemas. Além disso, seu veneno é objeto de estudos científicos que buscam avanços médicos, como o desenvolvimento de novos medicamentos, demonstrando que mesmo organismos considerados perigosos podem trazer benefícios para a humanidade.


Reconhecer e entender melhor essa espécie é essencial para garantir a segurança nas praias, especialmente durante os períodos de maior ocorrência, como o verão. Ao mesmo tempo, sua presença nos oceanos reforça a riqueza e a complexidade dos ecossistemas marinhos, dos quais somos parte e devemos preservar.

Portanto, enquanto aproveitamos as maravilhas do mar, lembremo-nos de que o respeito à fauna marinha é essencial para uma convivência harmoniosa e segura. Mantenha distância ao avistar uma caravela-portuguesa e aproveite a beleza das praias com responsabilidade e consciência ambiental!


Temos que ter muito cuidado e responsabilidade ao afirmar que algum ser vivo nos oferece risco, pois quase nunca sabemos o tamanho de sua importância para a natureza e que muitas vezes eles próprios acabam sendo fontes de estudos que resultam em medicamentos e curas para muitas doenças.

Nunca se esqueçam disso.



Observação. A imagem foi realizada por mim, utilizando uma câmera profissional Nikon modelo D7100 com lente teleobjetiva 70-300mm e um flash Youngnuo 460.



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